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O terremoto seguido de tsunami que afetou a costa nordeste do Japão em março deste ano reacendeu uma discussão mundial: a utilização das fontes energéticas alternativas, como a biomassa, eólica, solar, hidráulica e a mais mencionada recentemente pela mídia: nuclear.
Em detrimento da utilização de combustíveis fósseis como o petróleo e gás natural, que por serem não-renováveis e por gerarem gases poluentes em sua combustão como o gás carbônico (determinante na aceleração do efeito estufa e conseqüentemente nas alterações climáticas do planeta) novas fontes vêm sendo desenvolvidas e utilizadas.
A energia nuclear (obtida pela fissão de núcleos radioativos como de urânio e césio-137) foi a matriz energética utilizada nas usinas de Fukushima (Japão), Chernobyl (Ucrânia) e em Three Mile Island (Estados Unidos).
Nas centrais nucleares Fukushima o desastre natural afetou o sistema de refrigeração dos reatores que superaqueceram e explodiram, lançando no ambiente extensas nuvens de fumaça radioativa, que a exemplo do acontecido na Ucrânia e nos EUA, podem gerar contaminação da população e do ambiente ocasionando enfermidades e mutações genéticas transmitidas por várias gerações.
A partir de então, a energia nuclear até então em grande desenvolvimento foi amplamente contestada. Mesmo sendo uma fonte energética de posicionamento geográfico mais fácil e de elevada produtividade possui aspectos negativos cruciais, como a falta de um sistema de segurança efetivo para o armazenamento do lixo radioativo, para evitar falhas humanas (ocorridas em Chernobyl) e para impedir que sejam afetadas por desastres naturais, além dos altos custos para o reparo de suas construções. Após Fukushima, países como a França traçaram planos para diminuir a utilização desse tipo de usina, sendo questionadas quais as possíveis matrizes energéticas para substituição, não só em território francês, mas em escala mundial.
Dentre as alternativas, uma outra geradora também de grande polêmica é a usina hidrelétrica, amplamente utilizada no Brasil e estimulada pela atual presidente do Brasil Dilma Rousseff (segundo matéria do Jornal Folha Online), assim como a nuclear possui uma produtividade atraente, porém causa não só impactos ambientais como o alagamento de grandes áreas florestadas com a conseqüente perda da fauna e flora local, liberação de gases como o metano, mas também impactos sociais como o deslocamento de populações nativas e falta de assistencialismo a estas, fator de maior embate na construção da Usina de Belo Monte no Pará.
Em meio a tantos conflitos, é preciso que se tenha sempre em mente o velho clichê ambientalista do desenvolvimento sustentável, que resumidamente consiste na utilização da natureza para geração de desenvolvimento procurando minimizar impactos para o ambiente e para a população. E com esse ideal apresentam-se as alternativas biomassa: que gera energia através do lixo orgânico e restos industriais como o bagaço da cana –de - açúcar. Eólica, presente na região nordeste brasileira, onde os ventos de intensidade e velocidade determinados fazem girar hélices acionando geradores de energia. E a solar que além de matriz energética serve para o aquecimento da água em residências e diversas construções pela absorção de calor através de painéis solares e tintas específicas recentemente desenvolvidas.
Por serem alternativas de custo pouco mais elevado do que as tradicionais necessitam do desenvolvimento de estudos que as viabilizem em maior escala, o que é substancialmente interessante, visto que com investimento em longo prazo gerariam mais vagas em institutos de ensino, mais oportunidades de emprego além de não afetarem o ambiente. Uma coesão perfeita para o crescimento do país e o seu tão estimado e simbólico desejo de “Ordem e Progresso”.
Mayara Berto Massuda
05.07.2011