4 de mai. de 2011

A morte de Osama

Renascimento industrial e americano

    Seis séculos após as Cruzadas da Idade Média, em um clichê característico e “merecedor” de filme hollywoodiano “a história se repete”. A maior potência mundial, Estados Unidos da América (EUA), empreende e conclui uma caça às bruxas personificada na figura de Osama Bin Laden, uma perseguição aos hereges da ideologia norte americana, uma Guerra (não tão) Santa às avessas, que atrás das mortes, atentados, ataques e ofensivas esconde os interesses dos EUA e vem reforçar o seu poder no cenário mundial. Agora inúmeras questões são levantadas a respeito do acontecido e de seus desmembramentos.
    Economicamente falando em ano de conclusão de mandato, nada melhor do que encontrar e matar o mais procurado terrorista do mundo, para elevar o prestígio e confiança no futuro candidato e atual presidente dos EUA, Barack Obama. Pesquisas informam que a popularidade de Obama aumentou depois de um dia da morte do ícone da rede terrorista Al Qaeda, assim como a credibilidade e satisfação com seu governo, mais da metade dos entrevistados receberam de forma positiva a notícia. As pessoas saíram às ruas para comemorar, vestindo bandeiras do país com os rostos pintados, numa expressão nacionalista típica de vitórias em jogos olímpicos (com direito a gol marcado pelo atacante Obama). Ainda um pouco temerosos de represálias, o clima de segurança começa a se instalar no país (que ainda sofre com as conseqüências da crise econômica de 2008 simbolizadas na retração de empresas e na alta do desemprego) tal sentimento de segurança pode gerar a queda do preço do petróleo (intimamente ligada ao Oriente Médio, já que agora a maior ameaça a paz mundial foi morta) aquecendo as indústrias, o mercado e o consumo do cidadão estadunidense caracterizando o referido renascimento industrial e americano.
    Em relação à política externa teme-se um abalo nas relações entre EUA e Paquistão, país onde o Bin Laden foi morto, no que diz respeito ao conhecimento do governo paquistanês sobre a missão norte americana e também sobre a presença do líder dos atentados de 11 de setembro de 2001 em seu território. Além de não se saber ao certo se houve e até que ponto a ajuda paquistanesa se fez presente na ofensiva. Cidadãos paquistaneses protestaram contra a atitude estadunidense alegando o desrespeito à supremacia de seu país. Em relação aos outros países do Oriente Médio, são esperadas represálias (já ameaçadas) por parte de redes terroristas, instaurando um clima de expectativa naqueles que estão assistindo esses últimos acontecimentos.
    A respeito da missão em si, é questionado o motivo da morte imediata do saudita em vez de sua prisão e julgamento. Acredita-se que o fator do maior peso para o EUA foi o temor de ataques e atentados ao seu território e às suas instituições representativas nos países envolvidos como meio de retaliação. Além de simbolicamente representar o enfraquecimento da Al Qaeda e do terrorismo, porém vale a pena lembrar que tal rede, assim como as outras, possui diversas ramificações de lideranças e objetivos e a morte de Bin Laden não representa a morte do radicalismo.
    E por fim ideologicamente falando, o fim do vilão Bin Laden, representa o reflorescimento da crença da imagem do mocinho e herói norte americano que possivelmente veremos nos cartazes de cinemas daqui alguns anos.
                                                                                                                             Mayara Berto Massuda
                   03.05.2011

6 comentários:

  1. EEEH, suspeito! na minha opiniao foi uma jogada de marketing na qual o osama sequer morreu! Haha
    Gostei do blog, da iniciativa, embora crua em aspectos metodologicos e no estudo de politica voce tem potencial, quem sabe nao vira minha bixete ano que vem Ma xP asUHASUHSUAS
    to morrendo de saudades, foi bom ler pra matar a saudade desse seu jeito nerd fofo. haha
    Ja q vc ta falando de politica, vou me dar o direito e ser chato a ponto de passar umas coisas pra vc ler, o q vc acha? me manda uma mensagem ou me liga de vez enquando xD
    se vc achar o comentario pessoal demais pode apagar depois de ler! beijocas linda

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  2. Mayara, adorei o layout do blog, agora deixe eu comentar sobre o texto.
    Mesmo com a morte de um dos maiores terroristas, a reeleição do Obama não é certeza, devido a grave crise econômica que o país sofre a alguns anos, como aconteceu com o Bush pai não que não foi reeleito, mesmo com a vitória na Guerra do Golfo. Além disso, o sistema de eleições nos EUA é diferente do Brasil, já que nem sempre quem o povo escolhe é eleito, devido aos colégios eleitorais(?). Além disso, Obama matou centenas de pessoas para promover o seu terrorismo, inclusive usou crianças para a Guerra Santa (Apesar que a Igreja Católica, no ocidente, é dada como santa, mas o povo esqueceu-se da Cruzada das Crianças?)
    Quando tiver novos posts, favor avisar que eu comento! Tchau!

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  3. oi td bem? belo artigo. queria acrescentar só algumas observações complementares. como dizer que "a justiça foi feita" sem que o processo de julgamento e condenação fosse feito (por mais de, de repente, o resultado óbvio seria a pena de morte)? se a justiça era para vingar as 3500 mortes do WTC, o que justifica a morte de mas de 960mil pessoas no iraque e afeganistão? e por último, onde fica a soberania do paquistão? entendemos que talves o governo do paquistão fizesse vista grossa mas, se aceitarmos afronta a soberania dos governos e povos, abriremos m precedente irreversível na historia. não sou favoravel a bin laden. sou favoravel a legalidade das ações. é por essa e outras que "VIVA A REELEIÇAO DE BARACK OBAMA!!!"
    PS: gostaria de ver sua visão sobre a mudança de nosso Código Florestal. bjs

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  4. Acredito que não dá pra se falar em justiça em nenhum dos dois lados, tanto Obama quanto Osama e toda sua equipe agem sempre violando os direitos humanos e de soberania dos países, um terrorista disfarçado e um declarado.
    Acho que o Paquistão fez vista grossa mesmo, ou então tem um sistema de segurança aérea que deixa muito a desejar (o que talvez seja pouco provável).Esse posicionamento paquistanês pode ter ocorrido devido a sua posição geográfica ser muito mais vulnerável à represálias do que a posição dos EUA, além do grande número de seguidores de Osama e do terrorismo que torna as consequências da captura muito mais arriscadas. Pra mim o Paquistão não quis "cutucar a onça com a vara curta".
    Sobre as reeleições, foi uma jogada de risco do Obama, mesmo com a crise, sua popularidade já aumentou depois da declaração da morte do Bin Laden e a população norte americana, ferida em seu nacionalismo pelo 11 de setembro, se vê agora "vingada" aumentando a satisfação com as ações do Barack.

    PS: estava mesmo pensando em escrever sobre o Código Florestal ;D

    bjss

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  5. Sensacional Ma! Parabéns pelo site, muito bonito e também muito corajoso! Não é fácil posicionar-se politicamente. Por isso te admiro, por suas belas palavras e por sua ousadia. Sinais de uma mente pensante, em dias de futilidade virtual. Show!! Beijos! Marião!

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  6. Mayra Berto Massuda6 de maio de 2011 às 12:03

    Mto bom seu texto, Má.

    Acredito que a proposta do seu blog é a de veicular textos argumentativos resultantes das aulas de redação, estou correta?
    Se estiver, seu texto está (e muito) dentro da proposta!
    Você defende sua opinião com propriedade, tanto no nível do conteúdo, como no da linguagem.

    É interessante ver também como a "cultura do medo" americano, enfrentado desde a Guerra Fria parece "amenizado" com a morte do "terrorista-pai".

    Lembrei do que o Aaron disse na aula esses dias, sobre o "cover and duck", um costume de se abaixar, ou escoder como um pato, que faz parte do dia-a-dia e do pensamento norte-americano e é muito visível nos treinamentos que eles realizam nas escolas (treinamento para incêndio e até para invasão terrorista.

    É como se agora eles pudessem se libertar da paranóia do "cover and duck", apesar de eu achar que agora é que eles deveriam ficar mais preocupados. hehe

    Beijão, amo vc!

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